quarta-feira, 28 de setembro de 2011


Em um sábado qualquer,acordei com o barulho da chuva caindo contra minha janela.Levantei-me meio tonta,mas decidida a pisar onde até mesmo os bravos não ousam: O futuro.Fui até a varanda,insegura com meus passos,e sentei-me em uma cadeira,não muito confortável,mas agradável suficiente para dar suporte a minha imaginação.Imaginei minha formatura,meu primeiro dia no trabalho..E você surgiu em minha mente, acompanhado de um sorriso bobo,e lágrimas..Não de tristeza,muito menos de felicidade,só um vazio.Essa distância levou junto um pedaço do meu coração.Quando você vai notar que a minha felicidade está junto de tí?Concentrei-me em teu sorriso,me perdendo em cada traço do seu rosto,me deparei com um inimigo aparentemente invencível: O medo.O medo de perder-te,de não dar-te o tão esperado Primeiro Abraço,de você encontrar alguém melhor que eu,O medo de você não estar no meu futuro.Pensei,chorei,amei.Olhei para meu relógio,no pulso esquerdo, e vi que já se passara 2 horas. O tempo engana,ilude,machuca.Mas também ameniza dores,problemas.Levantei-me e me direcionei a uma caixa,no canto do meu quarto,onde guardo tuas fotos,confesso que quando vi teu sorriso tão sereno,senti vontade de queimar foto por foto.Como pode sorrir com isso tudo?Eu sei que não passa de uma foto,mas se trata do meu coração.Digo,do seu coração,ou do nosso? Tanto faz,dói em mim,dói em você.Preciso dos teus braços rodeando-me,e me mostrando que nada pode tirar você de mim.Queimei a primeira foto na expectativa de uma pequena faísca de bem-estar se acendesse em meio a vasta escuridão que se encontrava em meu ser,mas tudo o que eu consegui,foi arrependimento.Minhas lágrimas caiam no chão, misturando-se com as cinzas.Deitei-me no chão frio,e fiquei observando a chuva varrer a janela por longos minutos.Senti uma necessidade incontrolável de você,e decidi procurar algo que me deixasse realmente próxima de ti.Levantei-me e fui até meu ármario.Procurava suas cartas em meio a bagunça de minhas roupas.E depois de muita procura achei uma única carta.Talvez a única que tenha me enviado.E ali estava você,nas minhas mãos.Cada letra,a pontuação…Eram você.Li e reli os traços meio tortos que diziam tudo o que eu queria ler.Te li,te reli.Te via colorindo aquele branco amarelado do papel.Passei minha mão gélida pelos meus cabelos,tentando conter a rebeldia,e percebi que eu não merecia toda essa angústia,todo esse sofrimento.Eu preciso começar a viver.A viver para mim.Mas como ser feliz?Passei tanto tempo com essa solidão dentro de mim que esqueci a fórmula da felicidade,esqueci como se chega ao pote de ouro.Decidi voltar á varanda para descobrir como ser feliz.Indo de encontro a cadeira desconfortável,senti um pingo de chuva cair sobre meu ombro.Sai da cobertura e a chuva varria todo o meu ser,tirava toda a tristeza de dentro de mim.Ouvi um barulho,e abri os olhos.Não passava de um sonho.Uma voz em minha mente diz :” Bem-vinda de volta ao pesadelo.” Não,a realidade de novo,não.

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