segunda-feira, 22 de abril de 2013

Ontem, em um dia qualquer como este, nesses em que estou sempre sorrindo e demonstrando felicidade um senhor meio atrapalhado me parou, olhando no fundo dos meus olhos ele me perguntou se eu estava feliz, - Meu caro, você está realmente feliz? Aquilo entrou como um foguete em meu pensamento, o sorriso que se mantivera fixo em meu rosto se cedeu, a feição forçada de meus escuros olhos desabou, meus braços relaxaram-se sobre meus ombros e meu corpo parou, minha mente parou, eu parei. Eu não estava feliz, e quem eu pretendia enganar? Durante todo esse tempo eu aguentei tantas coisas, suportei tantas coisas e ainda me chamam de fraca, me chamam de covarde. Todo esse tempo eu escondi sofrimentos atras de um sorriso, sorriso no qual as pessoas se incomodavam, sorriso no qual as pessoas faziam questão de não ver em meu rosto, o que piorava, porque eu continuava sorrindo e absorvia a dor, absorvia o comentário indesejado e percebia quem estava comigo, quem realmente me apoiava, e quem não eram meus amigos e sim apenas observadores curiosos que conviviam na mesma rotina que eu. Aquele senhor me pareceu tão direto, de alguma forma ele percebeu que eu era infeliz e não era o meu olhar, meu olhar não demonstrava tristeza porque eu sorria tanto que eu acaba acreditando que estava feliz, que estava sorrindo de verdade, mas não, eu não estava feliz, poucas vezes estive. Sempre evitando demonstrar pras pessoas que eu também sofria eu me martirizava mais ainda, por que era impossível que percebessem, eu não chorava, eu não ficava triste, eu simplesmente fechava a cara quando estava cansado de sorrir e de ser falso comigo mesmo, e até assim as pessoas continuavam se incomodando, continuavam dando palpites como se a minha vida fosse a delas, como se eu tivesse que dar satisfações claras. Aquela tarde nunca foi a mesma, aquele homem me fizera repensar sobre a minha vida, sobre a vida que as pessoas criavam e sobre a vida que eu criava sobre mim, Porque pior que tudo é que a minha falsa felicidade me incomodava e incomodava as pessoas que conviviam comigo, elas não chegavam até mim, elas me viam feliz, triste, com raiva ou normal e opinavam sempre em querer me mudar, me ajudar. Mas engraçado, queriam mudar falando com outras pessoas, não comigo.

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